O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) conduziu uma operação de fiscalização no litoral sul do Espírito Santo com foco em embarcações que realizam pesca de atuns e espécies afins. A ação tem como objetivo principal coibir práticas ilegais que colocam em risco a fauna marinha e aumentar a segurança nas áreas costeiras.
A operação, batizada de Makaira 2025, teve início no dia 24 de setembro e mira embarcações que desrespeitam normas ambientais — seja por operarem fora das áreas permitidas, pela ausência de autorização, ou pelo descumprimento de regras previstas nas licenças emitidas pelos órgãos competentes.
Um dos pontos centrais da iniciativa é a fiscalização de embarcações que utilizam o sistema de espinhel de superfície, uma técnica de pesca que, quando realizada sem os devidos cuidados, pode causar a captura acidental de espécies ameaçadas, como albatrozes, tartarugas e outros animais marinhos. Por isso, os agentes verificam o uso de equipamentos e procedimentos destinados a reduzir esse tipo de impacto.
Risco ambiental e segurança
Segundo o Ibama, muitas das infrações observadas estão relacionadas à pesca em zonas de segurança próximas a plataformas de petróleo, áreas onde a atividade pesqueira é restrita tanto para evitar acidentes quanto para preservar os ecossistemas locais. Em auditorias realizadas anteriormente, já haviam sido identificadas diversas irregularidades na frota atuante no estado.
Como resultado da operação até o momento, foram suspensas as atividades de 45 embarcações e aplicadas 260 autuações, totalizando mais de R$ 22 milhões em multas. Para voltarem a operar legalmente, os responsáveis pelas embarcações devem passar por nova vistoria junto ao Ibama em Vitória. Caso insistam em pescar sem a devida regularização, estarão sujeitos a novas penalidades.
Alimento com destino social
O pescado apreendido durante a operação está sendo encaminhado ao programa Mesa Brasil, do Sesc, que fará a redistribuição dos alimentos a instituições sociais e comunidades em situação de vulnerabilidade.
A Operação Makaira continuará nos próximos dias com foco na regularização da atividade pesqueira e na conservação da biodiversidade marinha no litoral capixaba.
